quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Cuidados na sua profissão

Ano novo; textos novos e uma viagem de dezoito horas dentro de um busão me ajudaram a pensar neste texto... Este texto é estranho e não sei por que demônios pensei sobre este assunto e muito menos por que quis postá-lo; enfim vamos ao tal...

Bom, meu nome é Dedono Rego, sou proctologista há mais de dez anos. Obviamente, este não é o meu verdadeiro nome, mas é uma espécie de "nome artístico".
Além de fazer o maldito exame de toque; sou presidente e fundador da Associação Nacional dos Urologistas de Sergipe- ou seja- eu tomo conta da ANUS.
Confesso que esta área nunca me atraiu na época de faculdade, assim como grande parte dos estudantes de Medicina do Sergipe. Tanto é, que eu e os meus colegas de curso fizemos uma aposta para ver quantas pessoas iriam para essa área escrota da medicina. O bolão renderia mais de dez mil Reais (dava para montar uma clínica naquela época). Na hora de fazer a minha aposta, parei para pensar quantos poderiam ir para aquela área; eis que me lembro do viadinho da turma (não sou homofóbico, nem contra os gays) e acreditei piamente que ele iria seguir este rumo, logo apostei que apenas uma pessoa faria isso.
O resto vocês já podem imaginar; a grana era alta e eu tinha grandes chances de ganhar, porém teria que sacrificar um futuro brilhante na neurologia. Enfim, ganhei a aposta (ninguém tinha especificado que as pessoas participantes do bolão não poderiam estar envolvidas). Eu falhei tão grotescamente na minha avaliação sobre o "viadinho" que hoje em dia ele é um dos melhores ginecologistas do Estado, mas eu também não fico atrás, não. Sou o melhor da área que atuo e muitos pacientes afirmam que o meu exame não dói...
Baboseiras a perte, vou contar uma história que aconteceu com um colega de profissão meu...
Tá bem, aconteceu comigo mesmo... Estava eu pronto para começar "o" exame e eis que minha esposa (eu fui casado com este ser, mas depois nos separamos por motivos óbvios) me liga e diz que estourou a conta dos três cartões de crédito. Ela me deu essa bela notícia e desligou imediatamente. Eu fiquei tão nervoso que comecei o exame no paciente e nem vi que dedo eu tinha posto. Quando eu retiro o dedo, após uma leve reclamação de dor oriunda do paciente, percebo que estava sem luvas e constatei aterrorizado que a minha aliança não estava mais no meu dedo. Imediatemente, coloquei uma luva e pedi desculpas ao paciente, pois eu não tinha conseguido realizar o exame e que teria que fazê-lo novamente. Então, consegui tirar o anel e o paciente nem percebeu (ainda bem que era a primeira vez do cara e muito provavelmente deve ter sido a última). Este dia foi uma merda escrota! Melhor dizendo um cu escroto...