Sei que faz muito tempo que não posto nada por aqui...
Mas segue um texto que escrevi que ia sair no jornal do DCE-UnB, porém o jornal nunca chegou a sair do computador...
Recepção sem humilhação
Já é prática comum em muitas universidades do Brasil ao longo de cada semestre cada curso dar sua recepção às calouras e aos calouros. Alguns cursos adotam uma semana de atividades; aulas magnas; ações ecológicas. Alguns ainda optam pelo tradicionalismo do Trote sujo e/ou violento.
Veteranas e veteranos usam de argumentação que o trote é o momento de integração; que de fato é. Eu passei a me sentir mais integrado ao curso após passar pelo trote. Porém as pessoas se esquecem de pensar que antes do trote; há uma tensão no ar e um medo acerca do mesmo e das e dos veteranas (os) que só querem sacanear. Por isso, quando acaba o trote, o sentimento de alívio querendo ou não bate; pois agora não há mais aquela tensão do trote. Agora, sim não há barreiras para a interação.
Por isso, o trote representa um momento de coersão, pois quem é nova (o) na Universidade está morrendo de ansiedade de fazer amizades e muitas vezes pode se submeter às mais diversas coisas para conseguir se inserir no espaço. Sem contar que o medo da retaliação de não participar do trote existe e é real. Se o trote é o grande momento integrador do primeiro semestre, qual é a lógica simples?
Hoje, eu me pergunto: Qual é a graça de sujar uma pessoa que você mal conhece? Mostrar para a comunidade que ele é um ser diferente, mas que ainda não é um dos nossos de fato? Qual é a graça de submeter outra pessoa a poses degradantes e de mau gosto? Só por que você já passou por isso uma vez; não precisa mais passar? O trote não é um momento de integração. Por que todo mundo não se pinta? Será que não existe uma colocação hierárquica desnecessária? O veterano ou a veterana são melhores do que todo mundo? Trote é realmente uma brincadeira?
Existem outros métodos de recepção que realmente acolhem e estimulam a amizade. O trote solidário, organizado pelo Diretório Central de Estudantes em conjunto com muitos Centros Acadêmicos, é uma delas. Mas cada curso; centro acadêmico tem a sua própria autonomia para fazer a sua recepção voltada inclusive para o próprio curso. Palestras, gincanas, visitas a lugares relacionados ao curso, doação de sangue. Muitos são os caminhos para receber as pessoas sem precisar humilhá-las e sei que do mesmo jeito que se utiliza a critividade para bolar trotes mais engenhosos; pode-se utilizar de uma maneira muito mais eficaz e produtiva.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
O REUNI e o processo de embelezamento da UnB
O programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais- REUNI começou no ano de 2007 através do decreto n° 6.096 durante o governo Lula. É um projeto que possui muitas metas e se for instalado de maneira equivocada pode não ser benéfico. Pois não adianta duplicar o número de vagas sem estruturar a Universidade como um todo. Não apenas cabe construir mais prédios, porém esses novos cursos precisam de um Projeto Político Pedagógico Institucional- PPPI bom e bem estruturado.
Bem, o REUNI está em processo de finalização e as Universidades estão correndo atrás do tempo para acabar as suas obras. Onde uma pode andar mais rápida do que a outra seja por particularidades contratuais ou por problema das empresas. Mas pelo visto os novos prédios da UnB (em todos os campi) devem estar concluídos até o final da atual gestão (Assim espero).
Um dos maiores problemas Reunescos que presenciei na UnB, foi ver cursos sendo abertos, sendo que o PPPI e a oferta de disciplinas não estavam prontos e mal haviam sido discutidas até internamente em seus departamentos para depois serem aprovadas em âmbitos maiores na hierarquia universitária. Tem curso que já está indo para seu quarto semestre e o PPPI ainda não foi aprovado na instância máxima da UnB que é o CONSUNI- Conselho Universitário.
O REUNI tem o propósito de democratização do acesso ao Ensino Superior ao expandir o seu número de vagas; agora que hei de entrar no assunto do meu texto: O que eu percebo é que com o aumento de pessoas ingressando na UnB, aumentou o número de pessoas bonitas também. Quando digo bonitas não me refiro apenas às mulheres, mas aos homens também. Isso é uma questão lógica e matemática: mais pessoas; mais pessoas bonitas.
Agora, o que é beleza? Beleza pode ter diversos significados para cada pessoa. Mas nesse texto, vou utilizar o padrão estético da sociedade atual: onde os homens têm que ser sarados e musculosos e as mulheres magras e gostosas.
O que eu percebi, é que entrou muita gente diferente e diversificada (Fico muito feliz com isso) na UnB nesses seis semestres que eu estudo nessa Instituição, todavia reparei também que tem entrado muita gente que segue a linha estética atual e que utiliza roupas da moda e de marca. Isso é reflexo, de que cada vez mais, a Universidade de Brasília tem se tornado elitista. Claro que há exceções por todos os lados. Mas o que eu quero dizer é que os cursos elitizados estão cada vez mais elitizados. Não tenho dados estatísticos e nem números absolutos que demonstram isso; esse texto é baseado em percepções que eu tive.
Percebo que não há a democratização de fato em muitos cursos da UnB. O que me alegra é que na UnB o REUNI tem afetado bastante os cursos noturnos, que geralmente são de licenciatura, pois muitos desses cursos são marginalizados pela elite devido ao fato de não darem futuro e nem dinheiro; é aí sim que pode haver uma democratização de fato.
Deixa-me muito feliz ver a UnB cada vez mais cheia; é muito belo andar pelos corredores e ver gente e vida; coisa que não se via em 2009. O Brasil precisa democratizar cada vez mais o acesso às IES públicas para que cheguemos a uma situação de plenitude ao acesso às Universidades Públicas. Precisamos dar passos para essa situação, a Argentina já possui outro método de seleção para as Universidades; Quem sabe o REUNI não é um desses passos...
Bem, o REUNI está em processo de finalização e as Universidades estão correndo atrás do tempo para acabar as suas obras. Onde uma pode andar mais rápida do que a outra seja por particularidades contratuais ou por problema das empresas. Mas pelo visto os novos prédios da UnB (em todos os campi) devem estar concluídos até o final da atual gestão (Assim espero).
Um dos maiores problemas Reunescos que presenciei na UnB, foi ver cursos sendo abertos, sendo que o PPPI e a oferta de disciplinas não estavam prontos e mal haviam sido discutidas até internamente em seus departamentos para depois serem aprovadas em âmbitos maiores na hierarquia universitária. Tem curso que já está indo para seu quarto semestre e o PPPI ainda não foi aprovado na instância máxima da UnB que é o CONSUNI- Conselho Universitário.
O REUNI tem o propósito de democratização do acesso ao Ensino Superior ao expandir o seu número de vagas; agora que hei de entrar no assunto do meu texto: O que eu percebo é que com o aumento de pessoas ingressando na UnB, aumentou o número de pessoas bonitas também. Quando digo bonitas não me refiro apenas às mulheres, mas aos homens também. Isso é uma questão lógica e matemática: mais pessoas; mais pessoas bonitas.
Agora, o que é beleza? Beleza pode ter diversos significados para cada pessoa. Mas nesse texto, vou utilizar o padrão estético da sociedade atual: onde os homens têm que ser sarados e musculosos e as mulheres magras e gostosas.
O que eu percebi, é que entrou muita gente diferente e diversificada (Fico muito feliz com isso) na UnB nesses seis semestres que eu estudo nessa Instituição, todavia reparei também que tem entrado muita gente que segue a linha estética atual e que utiliza roupas da moda e de marca. Isso é reflexo, de que cada vez mais, a Universidade de Brasília tem se tornado elitista. Claro que há exceções por todos os lados. Mas o que eu quero dizer é que os cursos elitizados estão cada vez mais elitizados. Não tenho dados estatísticos e nem números absolutos que demonstram isso; esse texto é baseado em percepções que eu tive.
Percebo que não há a democratização de fato em muitos cursos da UnB. O que me alegra é que na UnB o REUNI tem afetado bastante os cursos noturnos, que geralmente são de licenciatura, pois muitos desses cursos são marginalizados pela elite devido ao fato de não darem futuro e nem dinheiro; é aí sim que pode haver uma democratização de fato.
Deixa-me muito feliz ver a UnB cada vez mais cheia; é muito belo andar pelos corredores e ver gente e vida; coisa que não se via em 2009. O Brasil precisa democratizar cada vez mais o acesso às IES públicas para que cheguemos a uma situação de plenitude ao acesso às Universidades Públicas. Precisamos dar passos para essa situação, a Argentina já possui outro método de seleção para as Universidades; Quem sabe o REUNI não é um desses passos...
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